…Ontem, depois de uma troca de
comentários com a Supimpona
neste meu post, vieram-me à
memória as recordações dos meus Natais enquanto criança.
Recordações que ficam para a
vida!
Lembro-me dos almoços de dia 25,
na casa da minha avó materna.
Vivia num dos bairros de Lisboa,
na Graça, um bairro carismático, onde os vizinhos faziam quase parte da família,
uma casa grande, com um enorme corredor que nos levava da porta da entrada até
à cozinha, deixando para trás as muitas assoalhadas que a casa tinha!
Um pé direito demasiado alto para
mim, que enquanto criança achava que os candeeiros na casa da minha avó eram
colocados no céu.
O cheiro aos fritos de Natal, sentiam-se
por toda a casa.
O barulho das correrias dos netos
no comprido corredor de soalho português, faziam parte da alegria da
casa.
Ao almoço, eramos muitos sentados
em redor da mesa, as crianças, não cabiam em si de contentes, não continham a ansiedade
que os dominava, pois terminado o almoço, a tarde era a cada ano que passava
igual, mas sempre muito esperada. A avó, alugava um camarote no Coliseu de
Lisboa para com todos os netos, assistirem ao Circo de Natal, que nessa época era
apresentado nesta grande sala de Lisboa!
Em casa, ficavam as filhas, os
genros e quem mais por lá aparecesse…
Quando chegava-mos, o cheiro a
fritos tinha dado lugar ao cheiro da galinha cozida e da deliciosa canja
preparada para o jantar, com massa de letrinhas que fazia a delicia dos mais pequenos tentando construir palavras a cada colherada que saia da tigela.
Eram sem, dúvida outros tempos,
tempos que passaram e que já não voltam, mas que ainda hoje me enchem o coração
cada vez que os recordo.
Ficam as saudades dos tempos,
dos que já partiram (que infelizmente já foram muitos), dos cheiros e dos
sabores, da alegria, da cumplicidade entre primos que já não é a mesma…
Atualmente, fica a vontade, de
proporcionar aos meus Tesouros tradições que mais tarde relembrem com muito carinho
e talvez quem sabe, as passem aos filhos!
Fazemos questão de manter para além
das habituais tradições da véspera e do dia, como o leite e as bolachas
colocadas de baixo da árvore de natal para o Pai Natal, ou não, como foi o caso aqui, do sapatinho colocado
debaixo da árvore ao aproximar as 24:00horas para o Pai Natal deixar o respectivo
presente.
Mais tradições se mantêm e serão
sempre para manter, (pelo menos, enquanto os tesouros consentirem) uma tarde de circo, que já não acontece no maravilhoso
Coliseu de Lisboa nem na tarde de dia 25, mas sempre em Dezembro e um fim de tarde pela
baixa Lisboeta onde percorremos cada rua, vimos todas as iluminações, artistas
de rua, comem-se castanhas assadas compradas na Rua Augusta e terminamos a
jantar no Bonjardim nas Portas de Santo Antão, muito perto do emblemático Coliseu de
Lisboa.
Adoro a magia do Natal...
E vocês, quais as tradições das vossas famílias?
Bjs!!!
Ainda bem que a nossa "conversa" deu origem ao relembrar de uma tradição tão boa. Isto é que é mesmo o espírito de Natal. Família junta, muita confusão, cheiros característicos e programas sempre iguais! ADOREI ler este texto!
ResponderEliminarNo meu caso, quando era mais pequena passava sempre a ceia em casa, com os meus pais, irmãos, avó e bisavós. Como o meu pai pertence a uma instituição de apoio aos idosos, antes nos sentarmos a comer o bacalhau íamos ao lar dar um beijinho aos velhinhos que não tinham com quem ir passar o Natal, mesmo à hora de jantar deles. Era mesa a mesa, velhinho a velhinho! Adorávamos e eles também! Outra coisa que me lembro é de ouvir o Pai Natal bater à porta e nós ficarmos super curiosos.....mas nunca o víamos! Dizíamos sempre "para o ano vamos ser mais rápidos". Para finalizar.....missa do Galo. Ainda hoje o fazemos e não prescindimos. Até o Baby Boy nunca faltou a uma (o ano passado foi à sua primeira, com 6 meses).
Depois no almoço de Natal juntávamo-nos à família da minha mãe. Aí sim, havia confusão. Avós, tios, primos e quem lá aparecesse. Pena hoje em dia já não ser assim!!! Mas valem muito as recordações e algumas fotos que ainda temos.
Hoje, com o Baby Boy estou a tentar passar-lhe duas tradições. Uma é a missa do Galo e o abrir os presentes só depois. A outra vem a reboque dos anos de namoro dos pais (26 de Dezembro) em que tiramos o dia para ir ao Sea Life de manhã e ir vendo a reacção dele ao longo dos anos.
Qualquer que sejam as tradições, o importante é mantê-las e transmiti-las aos nossos filhos, pois são essas recordações que ficam com eles.
Beijinhos
(e desculpa a extensão do comentário, mas quando falo de Natal não consigo resumir) ***
Não tens que pedir desculpa pela extensão do comentário, acho que, para quem como nós considera esta época especial, torna-se difícil não nos alongarmos quando falamos de boas recordações e de laços familiares. É engraçado ver que as tradições ainda passam de geração em geração e como dizes e muito bem, independentemente da tradição, o importante é mante-la e tentar com que perdure por gerações futuras.
EliminarUm grande beijinho,
MJ
Querida Maria João, que bonitas as suas recordações! Sabe, também tenho recordações semelhantes, e só tenho pena de que agora os laços familiares já não sejam tão intensos! Tal como a Maria João,também tento passar para os meus filhos parte dessas tradições, mas o certo é que a família já é muito menor, e parte dela vive muito longe! Todavia, tenho a certeza de que os meus filhos também vão guardar lembranças muito bonitas destas épocas... Um grande beijinho!
ResponderEliminarOlá querida Manuela,
EliminarFelizmente, tenho a sorte de ter muitas e boas recordações de infância.
Essa é uma das minhas missões, fazer com que os meus filhos um dia recordem a sua infância como tendo sido muito feliz e preenchida, penso que é o que todos nós, Pais, tentamos fazer.
Acredito que uma infância feliz e cheia de boas recordações gera adultos muito bem resolvidos e isso é o que pretendo que os meus tesouros sejam.
Um grande beijinho,
MJ
Adoro o Natal! Adoro as cores, o cheiro a magia (que mesmo em grande não desaparece dos nossos corações), o pai Natal, as emoções, as luzes... É uma época maravilhosa!
ResponderEliminarAdorei o post. Senti-me menina outra vez!
Olá Guida,
EliminarE não é isso que somos todos nesta época que se aproxima? Autenticas crianças? Eu sou, bem pior do que os meus tesouros, vibro com a chegada do Pai Natal (que nunca se vê, só se ouve) e com a abertura dos presentes.
Bjs,
MJ